domingo, 12 de fevereiro de 2012

CABRAL DÁ LIÇÃO A WAGNER DE COMO ENFRENTAR GREVE ILEGAL

Até aqui, a Bahia registrou 150 homicídios, 11 deles nesta madrugada, desde que a Polícia Militar entrou em greve no dia 31 de janeiro.
Seria exagero atribuir todos eles à ausência de policiais em seus locais de trabalho. Com greve ou sem, muita gente teria morrido.
Mas não é exagero debitar o aumento do número de homicídios – ou parte do aumento – à greve que agora parece próxima do fim.
Quem deveria responder, pois, por tantas mortes além dos seus autores diretos?
Os grevistas? De acordo.
Quem mais?
As autoridades, locais ou federais, que não foram duras e eficientes na aplicação da lei para que a greve acabasse o mais rapidamente possível.
Mais de um ministro do Supremo Tribunal Federal foi visto na TV dizendo com todas as letras que greve de policial militar é ilegal. Está na Constituição.
Portanto, o governante que procedeu como se a greve fosse legal desrespeitou a lei tanto quanto o grevista.
É irônico ouvir a presidente Dilma Rousseff dizer coisas do tipo:
- Por reivindicar, as pessoas não têm de ser presas nem condenadas. Mas por atos ilícitos, por crimes contra o patrimônio e a ordem pública, não podem ser anistiados.
- Não concordo em alguns casos, de maneira alguma, com processo de anistia que parece sancionar qualquer ferimento da legalidade. Não concordo e não vou concordar.
Muito bem.
Fazer greve proibida por lei é um ato ilícito. Uma greve assim atenta contra a ordem pública.
Se Dilma pensa de fato o que disse por que ela anistiou no ano passado PMs e bombeiros que promoveram greves em 13 Estados?
Ou Dilma só leu a Constituição agora?
De todo modo, Dilma deveria ser mais clara. Ela concorda que greve de PMs e de bombeiros é ilegal por mais pacífica que possa vir a ser?
Compromete-se, no caso, a não mais anistiar PMs e bombeiros que façam greve?
Se a resposta às duas perguntas for “sim”, Dilma terá avançado em relação ao seu guia e mestre. E entrado em rota de colisão com ele – o que não será de todo mal para o seu governo.
Em tempo: o governador da Bahia deveria aprender com o do Rio de Janeiro. Neste momento há 149 PMs “detidos administrativamente” por desobediência. Mais nove foram presos por ordem da Justiça Militar.
A greve carioca não deslanchou – salvo em Campos, reduto eleitoral da família Garotinho.
(Por Ricardo Noblat – Colunista do Jornal O Globo)
Fonte:
portaldenoticias.net

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