sexta-feira, 17 de maio de 2013

A MEDIDA PROVISÓRIA DOS PORTOS



A humilhação do Senado (4)

O SR. JARBAS VASCONCELOS (Bloco/PMDB – PE. Sem revisão do orador) 
Srªs Senadoras, Srs. Senadores, é profundamente lamentável esse episódio da Medida Provisória dos Portos. O Governo não tem nenhuma credencial para que se acredite nele. A Presidente da República é uma figura estatizante; não tem a coragem e nem a responsabilidade de assumir a questão das privatizações; faz privatização e diz que não é privatização; acha que é economista e mexe na economia do País. E todos os pressupostos da economia estão confusos, desajustados e, por conta disso, o Brasil está com a inflação em alta, com vários problemas de desajustes na economia.

Quem pode acreditar que a Presidente Dilma tem interesse em modernizar portos? Só o tolo. O tolo é que pode acreditar nisso ou, então, aqueles que servem ao Governo a todo custo. Eu não acredito nisso, Sr. Presidente. Não acredito que nenhum brasileiro de bom senso seja contra a modernização de portos. A modernização de portos não quer dizer apenas modernizar os portos. Há que se ver a questão da infraestrutura, da estrada, da ferrovia, do escoamento, porque, senão, os problemas não serão resolvidos. Esse é um ponto.

O segundo ponto é o que aconteceu na Câmara dos Deputados. A Câmara – e o Brasil inteiro testemunhou isso –, em um prazo de três dias, discutiu exaustivamente, sob a Presidência do Deputado Henrique Alves, que se comportou como um patriota, como uma pessoa correta, leal, respeitando a todo instante o Regimento Interno da Casa. S. Exª não sufocou em momento algum a oposição.

Aqui, não! Aqui chega a medida provisória às 11 horas, e temos de votá-la até a meia-noite. Eu nunca fugi de embate; nunca, em minha vida! Com 70 anos de idade, nunca fugi de embate, mas não vou ficar neste plenário para constatar um resultado que eu já sei qual é. E um resultado mais duvidoso ainda, porque não é só saber que V. Exª vai botar a matéria para votar de qualquer jeito. Não é isso só.

É que, na Câmara dos Deputados, eu assisti pela televisão a um debate, de altíssimo nível, entre duas figuras de reputação ilibada. Um responde a um processo no Supremo Tribunal, o outro está condenado, em primeira instância, no juízo singular, por formação de quadrilha. Todos os dois acusam o Governo de ter colocado penduricalhos dentro da chamada MP dos Portos.

(...) Qual é a credencial que esta Presidenta da República tem para a gente acreditar que ela quer modernizar as coisas, que ela quer privatizar, se ela não assume, inclusive, o conceito de privatização? É difícil, é muito difícil. De forma, Sr. Presidente, que eu quero dizer a V. Exª que vou registrar a minha presença, que não tinha registrado ainda, mas não vou ficar aqui. Não vou ficar aqui, porque não quero fazer papel de bobo. Respeito os companheiros que vão ficar (...). Agora, não tenho nenhum motivo para acreditar na palavra de V. Exª. Não tenho motivo.

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