sábado, 15 de novembro de 2014

Números mostram a realidade dos católicos e protestantes na América Latina

Jovens latino-americanos (foto referencial) /
Imagem: Flickr Jornada Mundial da Juventude
(CC-BY-NC-SA-2.0)
WASHINGTON DC, 14 Nov. 14 (ACI).- “Religião na América Latina” é o título do estudo divulgado ontem pelo Pew Research Center que, através de tabelas estatísticas, mostra a realidade atual do catolicismo e do protestantismo no continente, a posição dos membros de ambas as confissões em temas como a defesa da vida e da família, assim como a percepção sobre a influência do Papa Francisco nesta parte do mundo.

O estudo recolhe os resultados de pesquisas realizadas entre outubro de 2013 e fevereiro de 2014 em 18 países e no estado associado de Porto Rico (Estados Unidos). Entretanto, “por causa das limitações no trabalho de campo e das suscetibilidades relacionadas com a realização de uma pesquisa sobre religião, não se pôde incluir Cuba”.

O Pew Research Center recorda que até 1960, 90 por cento dos latino-americanos se considerava católico, entretanto, esta porcentagem diminuiu. Atualmente, apesar de 84 por cento de adultos terem crescido em uma família católica, só 69 por cento diz que continua pertencendo à Igreja. De toda a região, Colômbia tem a maior porcentagem de católicos que mudaram para o protestantismo (74 por cento), e Panamá o menor com 15 por cento.

Pelo contrário, os protestantes passaram de 9 a 19 por cento e os “não filiados” (agnósticos, ateus, etc) aumentaram de 4 para 8 por cento. No Uruguai, este último setor é conformado por 37 por cento da população.

Por que um católico deixa a Igreja? Entre as respostas mais frequentes estão que “procuravam uma conexão mais pessoal com Deus” (81 por cento), outros “queriam um estilo de culto diferente” (69 por cento), “uma igreja que ajudasse mais os seus membros” (59 por cento), uma “maior ênfase na moralidade” (60 por cento), entre outros.

Sobre este último ponto, o estudo assinala que em temas como a defesa da vida e da família “os católicos se opõem menos que os protestantes ao aborto, à homossexualidade, aos métodos anticoncepcionais artificiais, ao sexo fora do matrimônio, ao divórcio e ao consumo de álcool”.

Por exemplo, no Uruguai 59 por cento dos católicos estão a favor das uniões homossexuais e apenas 35 por cento dos protestantes; e em El Salvador –onde há maior rejeição ao “matrimônio gay”– estas uniões são apoiadas por 7 por cento dos protestantes e 12 por cento dos católicos.

Do mesmo modo, no Uruguai rejeitam o aborto 66 por cento dos protestantes e 44 por cento dos católicos; enquanto no Panamá, a rejeição a esta prática se iguala em 83 por cento em ambas as confissões.

Sobre a observância religiosa, a média regional assinala que 83 por cento dos protestantes “manifestam assistir à igreja pelo menos uma vez ao mês, em comparação com uma média dos católicos de 62 por cento”.

Um ponto que é preciso levar em consideração para entender o crescimento do protestantismo, é que, em média, 58 por cento dos ex-católicos diz que mudou porque “sua nova igreja se aproximou deles”.

Há um “efeito Francisco”? Desde a eleição do Papa Francisco em março de 2013, diversos analistas assinalam que ter um Pontífice de origem latino-americana pode ajudar o trabalho pastoral da Igreja local.

Entretanto, os ex-católicos são céticos em relação ao Papa Francisco. “Só na Argentina e no Uruguai, a maioria dos ex-católicos expressam ter uma imagem favorável do Papa”.

“Em todos outros países incluídos na pesquisa, apenas a metade dos ex-católicos, aproximadamente, têm uma imagem favorável do Francisco e relativamente poucos veem em seu pontificado uma mudança importante para a Igreja Católica. Muitos assinalam que é muito cedo para ter uma opinião a respeito do Papa”.

Pelo contrário, os católicos latino-americanos “têm uma imagem positiva quase unânime de Francisco e consideram que seu papado é uma mudança muito importante para a igreja”.

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