terça-feira, 3 de março de 2015

Complexo Prisional da Bahia é a “Casa da Mãe Joana”, afirma Reivon Pimentel

Em Bahia, Notícia
Em entrevista concedida nesta segunda-feira (02) ao programa “Na Polícia e nas Ruas” da Rádio 100 FM, o coordenador do Sindicato dos Servidores Penitenciários da Bahia (Sinspeb), Reivon Pimentel, disse que o Complexo Prisional da Bahia é a “Casa da Mãe Joana”.

A metáfora tem relação com algumas regalias, segundo ele, concedidas a detentos dentro dos presídios e esta afirmação foi dada logo após a publicação de uma matéria no jornal Folha de São Paulo, dando conta de que internos da Penitenciária Lemos Brito, em Salvador, gozam de alguns privilégios como: facilidades para realizar churrascos e se exercitar, utilizando equipamentos de ginástica, dentre outros benefícios.
A situação não é uma novidade e a denúncia já havia sido feita, com exclusividade, pelos diretores do Sinspeb neste mesmo programa, no ano passado. No entanto, a publicação em alcance nacional da Folha trouxe o caso, mais uma vez, para os holofotes da mídia baiana e incitou um posicionamento da Secretaria Estadual de Administração Penitenciária e Ressocialização (Seap).

Em nota, o Superintendente de Gestão Prisional, major PM Júlio César Ferreira dos Santos, disse que após tomar conhecimento do fato em 2014, foram realizadas vistorias na unidade prisional com o intuito de confirmar a situação, mas não foram encontrados os materiais publicados hoje pelos meios de comunicação. Apesar disso, ele confirma a ocorrência de um churrasco e acredita na possibilidade do envolvimento de servidores.

As declarações são tidas como mentirosas pelo sindicalista que reagiu com indignação. “Nada do que ele falou é verdade. Nada foi feito para impedir essa prática delituosa e ele deveria ter vergonha de falar uma coisa dessas. Tudo que acontece é porque a superintendência permite”, afirmou Pimentel, acrescentando que existe a prática da permissividade adotada pela gestão para evitar que haja rebeliões nas unidades prisionais.

Além disso, Reivon disse ao apresentador André Spínola que todas as unidades ligadas à Seap apresentam fragilidades na segurança e não possuem monitoramento por câmeras. Com tanta facilidade, ele relatou que é comum ver bandidos que estão em liberdade arremessar por cima dos muros, drogas, celulares e vários objetos para os detentos. “Nossos agentes trabalham em uma estrutura bastante arcaica. Falta gestão técnica e investimento em tecnologia e capacitação”, comentou.

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