sábado, 7 de março de 2015

Dilma despenca...

Pronatec à vista
Dilma despenca, FHC deixa cair e Cunha já admite processo de impeachment. Só depende do povo nas ruas Dilma segue ladeira abaixo. O Palácio do Planalto sabe.

Tem recebido pesquisas com patamares de impopularidade inéditos, segundo a coluna Radar, muito piores do que a presidente obteve após as manifestações de 2013.

A do Vox Populi em Minas Gerais, onde ela venceu a eleição, mostra que 62% dos mineiros consideram seu governo “ruim” ou “péssimo”. Depois do ato de 15 de março, a tendência é que o Ibope consolide o desmoronamento.

Ninguém quer carregar o caixão de Dilma.

Neste sábado, no entanto, a Folha causou frisson na internet ao noticiar que FHC tem admitido a aliados a hipótese de uma aproximação com a presidente, na tentativa de ajudar a achar uma saída para as crises política e econômica.

Rapidamente, FHC desmentiu a matéria em nota:

“O momento não é para a busca de aproximações com o governo, mas sim com o povo. Este quer antes de mais nada que se passe a limpo o caso do Petrolão: quer ver responsabilidades definidas e contas prestadas à Justiça. Qualquer conversa não pública com o governo pareceria conchavo na tentativa de salvar o que não deve ser salvo. Cabe sim que as forças sociais, econômicas e políticas se organizem e dialoguem sobre como corrigir os desmandos do lulo-petismo que levaram o país à crise moral e a economia à recessão”.

Muito bem. O PSDB não pode salvar o PT. Dilma despenca, FHC deixa cair.

Para quem se recusou a pedir o impeachment de Lula em 2005, no auge do mensalão, já é muita coisa. Mas seria bom se FHC contribuísse ativamente para a queda.

Dias atrás, Eduardo Cunha afirmou a mais de um interlocutor, segundo o Radar, ser impossível segurar o processo de impeachment (veja aqui a base legal) caso a possibilidade ganhe força a partir dos protestos de 15 de março.

Quando Cunha tomou posse, escrevi aqui: “Hoje, até mesmo para proteger o seu partido, também envolvido no escândalo de corrupção da Petrobras, Cunha diz que ‘não há a menor possibilidade’. Se irá engavetar ou não o pedido quando aumentar o volume de acusações, e o PMDB tiver eventualmente conseguido jogar nas costas do PT as maiores responsabilidades, não se sabe ao certo.”

Hoje, o volume de acusações aumentou; e o PMDB está tentando jogar nas costas do PT as maiores responsabilidades.

O governo achou que a inclusão de Cunha e Renan Calheiros na lista de parlamentares investigados pelo petrolão forçaria os peemedebistas a se reaproximar dos petistas – e ainda há, no Planalto, quem aposte nisso. Mas boa parte do PMDB aposta no efeito inverso e as reações dos presidentes da Câmara e do Senado deixaram isso claro.

“O governo quer um sócio na lama. Só entrei para poderem colocar o Anastasia”, disse Cunha à Folha, aludindo à citação de seu nome no inquérito contra o senador tucano Antonio Anastasia (MG), sucessor de Aécio Neves no governo mineiro.

Já Renan está em plena ofensiva contra o governo do PT, deflagrada na devolução da medida provisória que aumentaria a carga sobre a folha de pagamento.

Para o Brasil, tanto melhor que a lista aprofunde ainda mais a divisão entre PMDB e PT; e que o recado enviesado de Cunha aos petistas sobre o processo de impeachment seja mesmo verdade. A julgar por suas palavras, só depende do povo nas ruas.

Quem não se aproximar dele é marido da Dilma.

Felipe Moura Brasil ⎯ http://www.veja.com/felipemourabrasil

Nenhum comentário:

Postar um comentário