sábado, 4 de abril de 2015

Hora de malhar os Levys da vida


Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

Que tal aproveitar o Sábado de Aleluia para malhar a absurda carga tributária no Brasil? Nossos 92 impostos, taxas e contribuições, junto com milhares de instruções normativas, são os nossos maiores "judas". Concorrem com a corrupção - em muitos casos consequência da maldita impostura. Por isso, não basta malharmos os políticos e ladrões de sempre. Temos de detonar os "Levys" da vida. Como diria Vanderlei Luxemburgo, técnico censurado do meu Flamengo, "vamos dar porrada" nos tecnocratas que só sabem aumentar impostos e subir juros para beneficiar a usura dos banqueiros e a sacanagem do desgoverno perdulário e corrupto.

O ministro da Fazenda é o maior inimigo interno de Dilma Rousseff. A impopular Presidenta é uma refém idiota de um modelo neoliberal que nem o mais ortodoxo tucanalha ousaria implantar no País governado pelo crime institucionalizado. Por que os petistas envergonhados e a "oposição" sem vergonha não reagem, de forma contundente, contra a proposta indecente do Joaquim Levy que restabelece a alíquota de impostos sobre as receitas financeiras de empresas, para arrecadar R$ 2,7 bilhões? Por que a sociedade anestesiada pela ignorância não reage contra o assalto mensal praticado ao bolso do trabalhador pelo Imposto de Renda retido na fonte (que deveria se chamar ISSS - Imposto Salafrário Sobre o Salário)?

Além de sacanear a Dilma, indicando que ela seria "ineficiente, mas bem intencionada", Joaquim Levy ainda tirou onda com a cara do empresariado, semana passada. Na palestra mesma aos ex-alunos da Universidade de Chicago, em São Paulo, Levy ironizou: "Vou te contar um pequeno segredo. No Brasil, a maioria das empresas não gosta de pagar impostos (risos). Não é um problema restrito ao Brasil, certo. Não espalhe isso (risos)"...

Levys da vida merecem aquela "porrada" simbólica que o treinador Vanderlei Luxemburgo receitou contra a retrógrada cartolagem que causa a ruína o futebol carioca e brasileiro. Levy merecia um convite para administrar uma empresa qualquer, dessas de fundo de quintal, para ver quanto tempo o negócio sobrevive sob gestão dele, em nossas condições de impostura escorchante e achacamento pelas gestapos de terror fiscal e afins... Vamos além no desafio: Quanto tempo e como e Levy sobreviveria se lhe pagassem apenas um salário-mínimo por mês? Ministros da Fazenda deveriam experimentar o calvário nosso e cada dia...

Perdão pela imagem terrivelmente profana. Mas nem o pobre Jesus, se fosse um contribuinte pendurado na cruz como a maioria dos brasileiros, conseguiria perdoar o Levy por seus recentes atos e ironias sem graça. Até porque o burocrata na Fazenda sabe direitinho o que faz... Ele faz o que o sistema financeiro manda... Dilma tem de engoli-lo a seco. Levy foi escalado no ministério pelos banqueiros - o poder real que controla o Brasil. O negócio deles é lucrar com a usura e o rentismo fácil. Danem-se a produção, o emprego e os investimentos públicos e privados em infraestrutura.

O Brasil segue no perigoso caminho da recessão. A culpa é do nosso modelo econômico capimunista - equivocado, improdutivo, dependente e subserviente às vontades do resto do mundo financeiro. Não precisamos de meros "Tesoureiros", mas sim de gestores de verdade. Os tecnocratas que vivem na zona de conforto, com vida boa e excelentes salários pagos pela máquina estatal, só enxergam a solução mentirosa de aumentar impostos e manter os juros bem elevados, para remunerar o capital especulativo, no qual até aproveitam para dar uma tungada fiscal, sempre que possível, até que o "investidor" fuja como uma galinha voadora.

O brasileiro que precisa empreender para sobreviver e progredir não aguenta mais ser assaltado a mão armada pela máquina tributária do desgoverno. Também não suporta mais ser achacado pela caríssima e corrupta máquina de fiscalização que se transforma em sócia indesejada de qualquer empresa, pequena, média ou grande. Nas manifestações de rua, a insatisfação com a pesada carga tributária, sem a devida contrapartida social, é uma das principais broncas. Por isso, os "Levys" da vida serão duramente malhados também em 12 de abril, junto com os políticos corruptos que jogam no mesmo time dele.

De novo, a pergunta que não quer calar... Quando a bomba vai estourar? Eis a pergunta que nunca se responde. O fosso é sem fundo. A insustentabilidade política fica mais evidente quando a conjuntura econômica se deteriora. Carestia, inflação, juros altos, impostos impactando quem trabalha e produz, desemprego descontrolado, inadimplência das famílias, descrença e desconfiança no governo - tudo isso contribui para aumentar a insatisfação da opinião pública. Também alimenta um perigoso clima que mistura raiva e desesperança, abrindo caminho para "soluções" autoritárias... Nossas "gestapos" ficam ouriçadas...

Por tantos problemas estruturais e confusões conjunturais, não basta malhar os judas. É preciso mudar o modelo e substituí-los, com urgência urgentíssima. Quem hoje se encontra na zona de conforto pode ser jogado, em breve, na zona do meretrício. Lá, não adianta reclamar, nem bancar o moralista e culpar as meras prostitutas por tanta putaria sistêmica... Quem não estiver preparado para o momento do juízo final, cada vez mais próximo, não conseguirá suportar a mudança radical da água para o vinagre...

Em resumo: este modelo de Estado que se serve da sociedade, e não serve a ela, tem de ser estruturalmente mudado, com gestão competente, honesta, transparente e empreendedora, com sistema de imposto justo (na compra e venda) e com Democracia (segurança do Direito individual e coletivo).

O brasileiro só precisa de liberdade e condições para estudar, trabalhar e produzir, com a garantia de que serão punidos, exemplarmente, os corruptos que tentaram atrapalhar essa marcha rumo ao progresso e ao desenvolvimento. Enfim, precisamos apenas implantar uma República de verdade no Brasil. Comecemos, pois...

Sugestão ao Levy

Antes de mandar porrada simbólica (via letrinhas) nos nossos Levys da vida, oferecemos uma sugestão aos burrocratas arrecadadores do Ministério da Fazenda.

Já que o negócio é aumentar os impostos, que tal taxar algumas despesas que movimentam bilhões de reais?

Que tal um imposto especial sobre aquelas polpudas diárias de viagem, alimentação, moradia, creche, escola, indumentária e auxílio funeral dos ministros, magistrados, políticos e barnabés?

Que tal uma taxa simbólica de 13% sobre os proventos mensais desta mesma turma, para um fundo especial destinado ao custeio da educação de filhos de políticos honestos?

Que tal uma taxa também de 13% sobre os valores pagos em propinas nos negócios estatais, direcionada a um fundo de melhoria das condições carcerárias para futuros presos por corrupção?

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