sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Ciente de derrota, Dilma pretende desmoralizar senadores, na tentativa de salvar seu futuro político

Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

Dilma Rousseff prepara seu golpe, antes de ser definitivamente tirada da Presidência da República, ficando sem foro privilegiado para responder a outras ações judiciais tão ou mais graves que o impeachment. Os estrategistas dela armam um grande espetáculo para o dia 29 de agosto, quando ela falará por 30 minutos no Senado. Dilma pode até, inutilmente, renunciar. A intenção dela, no momento, é confrontar ao máximo os senadores (considerados "traidores"). O plano final é montar um show para, no médio prazo, se reabilitar politicamente. O futuro de Dilma dependerá muito da sorte do sucessor Michel Temer - que é refém do desempenho da economia.

Ontem, em entrevista a correspondentes estrangeiros, Dilma deu o tom de sua estratégia de defesa. Humildemente, Dilma alegará que cometeu erros, porém não praticou crimes. Sua defesa será um ataque final, desesperado, porque a tese do "golpe" se desmente realidade prática de alguém que vai ao Senado, mesmo que inutilmente, para se defender: "Seria um equívoco monumental entregar a democracia como um campo de debate para outro. Para os golpistas... Eu espero, do Senado, justiça. Não posso esperar outra coisa. O que eu farei no Senado é argumentar não só a favor da democracia, a favor do respeito ao voto direto do povo brasileiro, mas também argumentar a favor da justiça".

Dilma se reúne nesta sexta-feira com o senador Renan Calheiros, às 11 horas, no Palácio da Alvorada. Os dois definirão detalhes do espetáculo do dia 29, quando Dilma terá direito a falar por meia hora, no mínimo. O tempo pode ser prorrogado pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, que comandará a sessão. Dilma aposta que vai deixar muita gente de saia curta ou com a calça na mão quando chegar a hora de responder a perguntas da acusação e da defesa. Cada lado poderá usar 5 minutos para "aparecer". Dilma pode ficar calada. No entanto, a intenção dela é abrir o verbo contra a oposição e Michel Temer.

O julgamento final de Dilma começa às 9h de 25 de agosto (Dia do Soldado), em sessão aberta por Ricardo Lewandowski, com intervalos previstos: das 13h às 14h e das 18h às 19h. Em contagem regressiva, Dilma começou ontem a tentativa de fritar o sucessor pela via da desmoralização política. Malandramente, Dilma reclamou de seu maior equívoco: "O político, é, visivelmente eu errei na escolha do meu vice-presidente. um erro, eu diria assim, óbvio. Da pessoa (Michel Temer) eu esperava lealdade. Agora, o processo político é um processo político que estava em curso. Você não antecipa a realidade, você vive a realidade".

A realidade é cruel para ela... De 25 a 27 de agosto, acontece a primeira fase do julgamento, ouvindo testemunhas: duas da acusação e seis da defesa. Todos responderão a perguntas de três minutos, com mesmo tempo de resposta, podendo ter réplica e tréplica também em 180 segundos. Pelo menos 40 senadores devem fazer perguntas às oito testemunhas, o que daria 8 horas para cada uma das testemunhas, ou 64 horas no total (2,6 dias).

Nos dias 30 e 31, acontece a terceira fase. Falam acusação e a defesa, por uma hora e mais cada uma, com direito a réplica e tréplica por mais uma hora para cada lado. Em seguida, os 81 senadores terão direito a falar por dez minutos cada um, como na primeira fase. Encerrada a discussão, Lewandowski apresenta um relatório resumido dos fundamentos da acusação e da defesa.

Provavelmente no dia 31, a fase final ocorrerá na votação pelo painel eletrônico com 81 senadores. Antes da votação, poderão falar dois senadores a favor do impeachment e dois contra, por cinco minutos cada um. Bastam 54 votos para detonar Dilma. Aprovado o impeachment, ela será imediatamente destítuída do cargo e fica inelegível por oito anos. O vice-presidente da República e Presidento interino, Michel Temer, assume em definitivo.

Até o julgamento, Dilma seguirá encenando o mesmo show de arrogância e incompetência política que causaram sua queda.

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