sábado, 17 de setembro de 2016

“CHEGAMOS AO CHEFE DA QUADRILHA” LULA É ACUSADO DE COMANDAR ESQUEMA QUE DESVIOU R$ 87,6 MI

17/09/2016
Os procuradores da Lava Jato classificam o pano de fundo para o esquema de corrupção da Petrobras como uma “propinocracia”, ou seja, um governo regido pelo pagamento de propinas.

Em denúncia apresentada hoje, os procuradores da Operação Lava Jato apontam o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como o chefe do esquema que desviou mais de 87,6 milhões de reais da Petrobras. Sozinho, segundo o Ministério Público Federal, o petista teria recebido propina da ordem dos 3,7 milhões de reais em contratos da OAS com duas refinarias da Petrobras.

“Lula é o comandante máximo do esquema de corrupção”, disse o procurador do MPF Deltan Dalagnol em entrevista coletiva na tarde de hoje. “Sem o poder de decisão de Lula, este esquema seria impossível”.

O ex-presidente, sua mulher e outras 5 pessoas foram denunciados nesta quarta-feira (14) pelo Ministério Público Federal.

Os procuradores afirmam que o ex-presidente recebeu vantagens indevidas referentes à reforma de um tríplex em Guarujá (SP) feita pela empreiteira OAS. Segundo o MPF, a reforma foi oferecida a ele como compensação por ações do ex-presidente no esquema de corrupção da Petrobras.

A denúncia também inclui os nomes do presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, e do ex-presidente da OAS Léo Pinheiro. Os outros quatro denunciados são os ex-executivos da empreiteira Agenor Franklin Magalhães Medeiros, Paulo Roberto Valente Gordilho, Fábio Hori Yonamine e Roberto Moreira Ferreira. 

Um modo de governo

Os procuradores da Lava Jato classificam o pano de fundo para o esquema de corrupção da Petrobras como uma “propinocracia”, ou seja, um governo regido pelo pagamento de propinas.

Nesse sentido, segundo Dalagnol, “mensalão e Lava Jato são duas faces de uma mesma moeda”, visto que ambos esquemas teriam objetivo de perpetuar a manutenção do Partido dos Trabalhadores no poder.

O procurador afirma que ambos esquemas precisavam de duas máquinas: uma de governo, para distribuir cargos, e outra de partido, para administrar a propina. “Lula era o elo comum e necessário entre o esquema partidário e o esquema de governo”, afirmou.

“Depois do mensalão, Lula não pode mais alegar desconhecimento de um esquema diretamente sob seus olhares mais diretos. Dessa vez, Lula não pode dizer que não sabia de nada”, disse.

(Os destaques são nossos).

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